segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Há um motivo para eu dizer que seria mais feliz sozinha"

"Eu sempre disse que seria mais feliz sozinha.
Teria meu trabalho, meus amigos,
Mas ter alguém mais na vida o tempo todo?
São mais problemas que o necessário.
Aparentemente estou nesta situação...
.
.
.
Há um motivo para eu dizer que seria mais feliz sozinha.
Não foi porque eu pensei que seria mais feliz sozinha,
Foi porque eu pensei que se eu amasse alguém e depois acabasse,
Talvez eu não conseguisse sobreviver.
É mais fácil ficar sozinha, porque,
E se você descobrir que precisa de amor, e depois você não o tem?
E se você gostar e depender dele?
E se você modelar a sua vida em torno dele?
E então... ele acaba?
Você conseguiria sobreviver a este tipo de dor?

Perder um amor é como danificar um órgão.
É como morrer...
A unica diferença é que a morte termina...
Isso pode continuar para sempre."
(Grey's Anatomy - 7ª Temporada, episódio 22)

Na minha opinião o melhor da série são as falas de Meredith, suas reflexões, e o desse último episódio me deixou especialmente pensativa... 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Como eu queria ser pérola...



   Sabem aquela concha fechada, que guarda para si a mais preciosa pérola? Como condená-la? Talvez esta concha tenha passado por problemas demais e então resolveu proteger a si e ao seu tesouro, quem sabe exploradores a tenham feito ser o que é hoje: isolada, distante e reservada... Existem maldades em excesso no mundo que faz com que qualquer um queira ser exatamente como esta concha, mas até ela entende que o valor só é atribuído ao seu precioso tesouro quando este é mostrado a todos, sem medos ou receios, apenas beleza e brilho escancarados, expostos para que todos possam admirar e poucos possam ter. Como eu queria ser uma pérola, sem muita cobiça como o ouro, sem histórias de dor, sofrimento e miséria como os diamantes, apenas bela, de certa forma rara e possuindo um certo valor. Surgindo como uma poeira, sendo transformada aos poucos e depois de muito tempo, guardada e protegida, passa a ser exibida como um símbolo de elegância. Cristais são frágeis demais, ouro já teve muita valia, hoje se tornou comum, diamantes possuem um passado terrível demais, assim como os rubis, esmeraldas e águas-marinha. Pérolas são diferentes, elas possuem história!

   Me inspirei em pesquisar também algo menos poético, pérolas históricas!


"Moça com brinco de pérolas" do artista holandês Johannes Vermeer, é sem dúvida a mais famosa obra da história das pérolas. Em 2004, Scarlett Johansson estrelou como 'Griet' a 'tal' moça utilizando o famoso brinco em um filme que tenta contar uma história sobre a vida pouco conhecida do artista.


"La peregrina" é outra das pérolas famosas e históricas, com seus 500 anos de vida, ainda desperta interesse, como o da atriz Elizabeth Taylor, que a ganhou de presente de dia dos namorados de Richard Burton em 1969. Anteriormente, sabe-se que pertenceu à rainha Maria Tudor, presenteada pelo noivo Felipe II que herdou a peça de Fernando V, da Espanha. Após Maria, esta peça passou a adornar o pescoço das rainhas, incluindo Margarite e Isabel. Sabe-se também que pertenceu a família de Napoleão e que foi vendido por questões financeiras.

   Atualmente, vemos pérolas em quase todos os lugares, pois estas peças encantam desde pessoas politicamente corretas como a atriz Emma Watson até famosos excêntricos como a cantora Lady Gaga, o importante mesmo é usar sempre que quiser ter um toque de requinte, independente de estilo ou idade. Aproveitem a dica.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Poem translation...

"Sorry...

Sorry for the disappointment I have caused you,
The feelings that I hid,
The guilty scraps sent,
The trivialized nights, necessary lies, and
The lack of investment.

Forgive me my secrets revealed so late,
The money wasted,
For closing myself into a shell and leaving you outside,
The lack of affection,
The words burning your fragile heart inside.

Excuse my moments of sudden solitude,
My necessary absences,
My irremediable madness,
My rants and waste,
My incurable drunkenness.

Sorry, above all things,
Never telling you how I feel,
But there is one thing you should be sorry too,
For getting me out the surreal."

Perda...



   Que sentimento difícil de se lhe dar... acredito quando dizem que é melhor perder algo que nunca se teve do que o contrário, e digo isso para tudo, principalmente para aquelas coisas que carregam história, dor, superação, ou seja, sentimentos embutidos. O objeto em si não vale de nada, a gente não reclama de perder o valor, mas o que aquele valor ou objeto têm atrelados a si... sejam meses de trabalho árduo para tê-lo conquistado ou seja aquele presente que foi dado de forma tão especial, cada um teve a sua importância. De qualquer maneira, perda é perda e superá-la é possível, mas se enganam aqueles que acham que esquecemos, superar em nada tem haver com esquecer, apenas com continuar a viver, porque se a cada obstáculo desistíssemos de lutar, não acredito que passaríamos de simples fetos. Já perdi coisas caras e sem valor e já perdi coisas de muito valor sentimental, e a cada uma delas dei suas devidas importâncias, suas devidas quantidade de lágrimas. Hoje relembro delas com um aperto, uma certa tristeza mas nada que me impeça de sorrir, de continuar o meu dia feliz, afinal, acredito que na vida, temos mesmo que sorrir e chorar, mas para tudo há o seu momento!

domingo, 8 de maio de 2011

Para a minha mãe...



Hoje, nesse dia especial, farei algo também especial... postarei a carta que escrevi para minha mãe neste ano, sabe por que? Porque acredito que existam muitos filhos por aí como eu, que esquecem de assumir os problemas do ano inteiro e de reconhecer de onde vem o amor que sente pela mãe.

"Mãe,

      me desculpe se sou teimosa, pareço um pouco severa demais às vezes e, principalmente, se nem sempre faço o que gostaria que eu fizesse, mas sou apenas uma aluna da vida, e como tal, sou passível de cometer erros e falhar, pois como boa aprendiz é assim que eu evoluo, tropeçando e caindo pelo caminho. Sua função é, e sempre foi, me instruir, indicando pela sua própria experiência, a qual o melhor rumo tomar, mas isso não quer dizer que os outros sejam ruins. Já a minha função, é coletar todos os dados, observar e fazer as minhas próprias experiências, para que no futuro eu possa me satisfazer com os resultados que obtive. Claro, tudo isso seria impossível sem o seu amparo, sem a sua base dando forças ao meu frágil alicerce.
      Por tudo o que a senhora fez, faz e ainda fará por mim, eu lhe agradeço, mas o orgulho e amor que sinto por ti provém desse ser humano fantástico que eu vejo todos os dias. A sua história de vida, as suas batalhas e a sua humildade com as conquistas são os motivos que me fazem falar de ti com os olhos brilhando de orgulho para os outros. Se a critico de vez em quando e isso a magoa, peço que me perdoe, mas o faço com boas intenções, para que possa evoluir ainda mais, pois acredito que os pais também aprendem com os filhos, e, ao mesmo tempo, para que possa ser feliz consigo e com as coisas ao seu redor. As vezes sinto como se tudo o que possui não fosse o suficiente, e de novo a senhora me ensina uma lição, a humildade! Sempre acreditei que a senhora se contentava com muito pouco na vida, e essa é uma de suas características mais marcantes e que mais me desegradava, pois eu enxergava isto como um defeito, era incapaz de ver que não era se 'contentar com pouco', mas o que este 'pouco' representava no final das contas. Quando isto representa o resultado de ajudar a educar crianças sem perspectivas, a participar da cura de uma pessoa doente e a dar o suporte necessário para que outra pessoa cresça, este 'pouco' lhe fazia feliz, e sabe de uma coisa, não existe satisfação maior na vida do que a sensação de ter ajudado alguém e este lhe ser grato por isso. Com relação a isso, a senhora não tem com o que se preocupar, por tudo o que fez e ainda faz, haverá satisfação de sobra em sua vida com a qual se alegrar. Se tem algo que aprendi com as minhas próprias experiências, é que tudo o que fazemos pelo e para os outros retornam, então sinta-se contente de saber que ainda há muitas coisas boas por vir para ti.
        Jamais pense que sinto raiva, desprezo ou vergonha de ti, pois mesmo que algumas atitudes minhas lhe causem essa sensação, eu seria incapaz de tal ingratidão. Sou sim fechada, teimosa, fria e um tanto distante, mas esses são instintos de auto-preservação que aprendi a ter com as minhas experiências, não significam, porém, que eu não saiba amar, apenas que tenho maneiras diferentes de demonstrar. E apesar de eu saber que você, como MÃE, sabe disso tudo, não me custa nada te dar a certeza!
      Não preciso escrever aqui que desejo apenas coisas boas a ti porque isto se faz presente no meu coração todos os dias, apenas não preciso ficar falando o tempo todo. Ainda não posso dar-lhe presentes caros que a tornem ainda mais bonita ou que traga beleza ao seu lar, pois sei que você adora, mas sempre pude dar palavras de coração.

Feliz dia das mães!
De sua filha, Fabíola."

Que todas as mães tenham o melhor dia de todos hoje, pois elas merecem isso e muito mais!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Avaliação pessoal...


Peso: Em torno dos 66 kilos, e dessa vez até digo com orgulho, visto que emagreci 2 kilos desde que voltei.
Pensamento de hoje: Com é surpreendente a vida.
Desejos: Trabalho, ocupação e mais certezas.
Bocas beijadas: nenhuma por um bom tempo...
Sexo: Cri cri cri...
Leitura: Livro de auto-ajuda.
Saudades: De mim.
Arrependimentos: Nenhum.
Estudos: Tentando retornar.
Atividades físicas: Academia esporádica e musculação passiva.
Objetivos do ano: A um passo de começar a realizar.
Lugares novos onde estive este ano: Virginia, Washington D.C., NY e Connecticut (EUA), Lumiar (RJ).
Recado para alguém: Muito obrigada pela força que tem me dado, de coração!

Será que conseguimos retornar a vida normal?



Estranho no ninho! Sabe essa expressão? Pois é bem assim que eu me sinto, mesmo após um mês em casa, eu ainda não me sinto 'em casa'. Ainda tenho alguns pertences na mala que parecem querer dizer que eu estarei de partida a qualquer momento, meu armário é aberto esporadicamente, somente quando realmente preciso de algo dentro dele, minha cama possui cheiro e forma de outro corpo que a habitou durante a minha ausência, meus livros me encaram como se dissessem que são estranhos a mim e por fim, meu sistema biológico totalmente desacompanha o ritmo da casa. Se estes não são indícios de que eu ainda não me readaptei, então não sei o que são, minha pergunta é: quando eu estarei completa de novo?

Retornei de viagem com a cabeça fervilhando de planos sólidos, só não pensei que teria de esperar para que eles pudessem se tornar realidade, afinal, não conseguimos tudo o que queremos na hora, não é mesmo? Nesse meio tempo fica aquela sensação ruim de inutilidade e de peça fora do jogo, cresce a saudade da vida que tive longe e aumenta a chance de cometer uma estupidez por conta disso. Precipitação não faz parte do meu jeito de ser, pelo contrário, muitas vezes até deixei de agir por pensar demais, e agora, essa parece ser a única constante na minha vida. Não quero perder a cabeça agindo de forma imatura e inconsciente, mas ficar neste estado de inércia em que me encontro talvez seja uma tarefa árdua demais para a minha frágil cabeça, pior até, pois ensandece aos poucos e quando se vê, já era! Como já dizia minha mãe, cabeça vazia é oficina do diabo, a minha está adquirindo filiais daqui a pouco.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que não falam do intercâmbio...


Tem tanto tempo que não venho escrever, que me sinto até inibida de expressar idéias. Jamais! Enfim, depois de ter retirado o passaporte, parti rumo à entrevista de emprego, a tão temida e desejada JOB FAIR! Antes da entrevista rola aquela expectativa e nervosismo básicos, mas eu estava bem tranqüila por mim, já por outro lado... bem nervosa pela minha irmã, que ia fazer a entrevista junto comigo e estava super sem confiança. O que aconteceu? Acho que a pior coisa que podia ter acontecido naquele momento e a melhor para nós duas no fim de tudo, o empregador ofereceu vaga pra uma mas não para a outra. Quando é com um amigo já é difícil tomar uma decisão dessas, agora imagina com um irmão que fez de tudo para você ir junto. Foi tenso! Sem muito tempo para pensar, eu acabei aceitando a oferta (morri de medo de ter duas pessoas desamparadas nos EUA e acreditei que pudesse ajudar minha irmã de certa forma). Houve aquele momento triste, decepcionante, na hora de assinar a job offer todos sorriram menos eu, e blá blá blá... percalços da vida.

Minha irmã conseguiu através do nosso consultor uma job offer também, mas teve que pagar por fora da agência, algo que ele disse ser certo, por um período curto, mas com promessa de um bom retorno. Gente, isso tinha cara de roubada, eu sei, mas só quem passa pelo medo de ficar sem nada nos EUA e tendo pago o que foi pago para a agência, pode dizer se não aceitaria tal oferta. É claro que minha irmã aceitou e partiu antes de mim para o Colorado. No início ligava pra casa dizendo que não estava trabalhando, foi um rolo danado, minha mãe teve que mandar dinheiro do Brasil pra ela se manter e pagar aluguel, ela mesma usou o cartão de crédito diversas  vezes para comprar comida e no final, o tal 'emprego' que arrumou aqui ainda até pagava bem, mas só durou 2 semanas, ela tinha mais 2 meses e meio pra ficar lá. Isso tudo aconteceu antes de eu embarcar para o meu destino final (Wintergreen - Virginia, US), imaginem só como eu também não saí do Brasil... super desconfiada! Resumirei a história da minha irmã mais à frente, primeiro vou contar o que eu tive de experiência.

Então chegou o dia da entrevista no consulado, foi super tranqüilo apesar do nervosismo inicial e medo de não conseguir, não houve nada demais, e digo novamente porque eu cansei de ler e não acreditava, NÃO HOUVE NADA DEMAIS MESMO! Só umas perguntinhas básicas e impressões digitais. Visto conseguido, partir para arrumar as malas certo? Errado! Gente, eu sou bichada, só posso, o meu visto veio com o sexo errado, e isso uma semana antes de viajar... desespero, é claro! Pensei até em não corrigir o sexo, afinal quem ia ter a cara-de-pau de me perguntar se eu era homem ou não? Graças a minha mãe ter um amigo que sabe sobre vistos, ele informou que tinha sim que alterar pois o passaporte tinha sexo: feminino e podia dar conflito, e disse também que era um processo rápido e que eu teria meu passaporte de volta antes da viagem. UFA! Menos um problema, comecei a arrumar A mala. O que levar? Primeira viagem, por favor né, a gente tem vontade de levar TUDO, mesmo ouvindo conselhos para não fazer isso... hoje eu posso dizer, NÃO FAÇAM ISSO! Eu levei edredon, toalha, sapato alto, roupa de verão... tudo o que não usei, e esqueci de levar luvas, cachecóis e gorros, resultado: Se não fosse por uma colega de trabalho (posterior amiga), me cedendo o que tinha extra, eu ia congelar de frio assim que saí do aeroporto. Retornando ao assunto mala, levem somente roupas para 1 semana de frio, as vezes nem isso, o que foi o meu caso. No segundo dia nós fomos ao Wall Mart e compramos muita coisa lá, gastei em torno de 300 dólares comprando roupas, comidas, etc etc. e AS ROUPAS duraram praticamente toda a temporada, comprei uma blusa aqui e acolá com o tempo, mas nada que fosse muito necessário. As roupas de frio de lá são mesmo muuuito mais baratas e apropriadas, do que as que você compra aqui! Essa parte, eu só posso me culpar por não ter dado ouvidos, pois todo mundo que já tinha feito intercâmbio batia na mesma tecla. Vale ressaltar também que, não tenham medo de colocar líquidos na mala... faz um estoque do seu xampú e condicionador preferidos e leva, mas já digo que lá tem muito produto de qualidade por um preço bom, só que eu uso Natura e lá não vende, a dica é espalhar esses líquidos pela mala e em hipótese alguma colocar na bagagem de mão.

Então, mala pronta, passaporte e visto na mão, hora de pegar o avião e decolar... mas antes uma pausa para o preenchimento do seu I-94 (um papelzinho que te darão dentro do avião e que a alfândega dos EUA irá carimbar, guarde com a alma esse documento!), é super simples de preencher, eu não tive problemas com isso, mas sempre surge aquele medinho de estar preenchendo errado, não tenha medo e se surgir dúvida, pergunte à aeromoça! Elas são solícitas, estão sempre sorrindo, nem sempre dispostas a ajudar, mas ajudam assim mesmo. Uma pequena observação: o tempo de espera para embarcar, o tempo de vôo e as conexões são momentos perfeitos para firmar contatos com os seus colegas de trabalho, e também possíveis companheiros de casa, aproveite e faça o máximo de contato possível!

Vale comentar que tem que ter bastante cuidado com as conexões para não perder o vôo. Não sei falar muito sobre outros aeroportos, mas o de Miami (MIA) e o JFK são gigantescos e bem confusos se você não se localizar bem, a solução: não deixe um vôo tão próximo do outro. É chato esperar em aeroportos, mas assim você garante que não vai perder o seu e aproveita pra trocar idéia com os futuros colegas de trabalho. No total, eu levei mais de 24 horas para chegar até o meu destino final, WINTERGREEN! Mas isso porque minha ponte era para Washington e de lá uma shuttle do próprio empregador ia buscar a gente. Acredito que para outros lugares leve até menos tempo.

Dentro do shuttle, a Mariana, nossa MÃE em WTG (Wintergreen), entregou documentos informando telefones locais, apartamentos que ficaríamos, quem moraria com a gente, regras, cronogramas, etc etc. e o importante, alguns documentos para assinar-mos, muita gente reclamou de falta de tempo para ler todos aqueles papéis e de cansaço (realmente, 24 HORAS de viagem), mas todo mundo assinou, até porque se não concordasse àquela altura faria o quê? Fica aí mais uma dica, peça ao empregador para enviar uma cópia de todos os documentos que terão de assinar, enquanto ainda estiverem no Brasil, senão vocês assinarão que nem nós, qualquer coisa sem ler, cansado e com expectativas de ver logo o local de trabalho.

Cheguei em WTG, FINALMENTE!!! Sim, mas tivemos que esperar dentro do shuttle por mais alguns minutos, pois o grupo que chegou antes da gente havia acionado o alarme de incêndio (quem for para WTG lembre-se desse detalhe: fumaça aciona alarme de incêndio e ele faz um barulho muito alto, irritante e só acaba quando os bombeiros chegam para desligá-lo)! Mesmo sabendo disso, se prepare para ouvir o alarme tocar muito na primeira semana e depois com cada vez menos freqüência. Finalmente entramos em casa, ufa, guardar as coisas cansado... que nada! No par ou ímpar eu consegui pegar a roommate mais compatível comigo, ainda bem! Esse negócio de dividir quarto pode causar muito problema, então volto a dizer, tente conhecer as pessoas bem antes para evitar situações desagradáveis. O segundo dia foi para compras como falei anteriormente, se você tiver auto-controle, irá gastar bem menos que eu, mas... eu não tive, gastei mesmo, que nem doida, comprei muita coisa, casacos, blusas, toucas, cachecóis, luvas, comida pra 1 mês, câmera fotográfica e isso tudo no Wall Mart, ele é tentador, mas resista, você ainda terá alguns meses pela frente e muito lugar melhor pra comprar essas coisas. No finalzinho do dia, rolou aquela social em casa para conhecer melhor e no nosso caso, já teve festinha pra todo mundo em um dos apartamentos,(mais tarde eu falo sobre festas), importante saber sobre os housings de WTG: onde a maioria dos intercambistas ficaram foi no local chamado COMMONS, ao meu ver lembra externamente aqueles móteis americanos que vemos em filmes, mas o interior era diferente. Tem 3 andares, com aproximadamente 6 apartamentos em cada andar, e dentro do apartamento tem 3 quartos, para 2 pessoas cada, 2 banheiros, sala/cozinha americana e um pequeno hall de entrada, cada quarto tinha 2 camas, 2 closets e duas mesas de cabeceira. O apartamento era totalmente equipado, pelo menos, não lembro de ter sentido falta de nada lá, mas isso foi em WTG, minha irmã disse que onde ela morou em Aspen tiveram que comprar panelas e mais algumas coisinhas...

Os ROOMMATES: gente, o que dizer das pessoas que moraram comigo? Aleatórias e, no geral, divertidas. Honestamente, como para tudo na vida, você tem que saber ceder e tem que ajudar, se fizerem isso, fica tudo bem. Eu não conhecia ninguém que morou comigo, mas 3 meninas já se conheciam há muito tempo, e os 2 meninos, (tadinhos... aguentaram bem as tpms, especialmente o JEFF), super tranquilos. Tinham dias e dias, mas assim é em todo lugar, tinha dia que rolava umas broncas e reclamações daqui e dali, tinha dia de ficar até tarde na sala rindo e falando besteiras, tinha dia de ser acordada as 5 da manhã com o alarme de incêndio por causa de um hamburger no forno, mas como disse, no geral foi divertidíssimo. Sinto falta desses dias. 

O trabalho de LIFT ATTENDANT:  Aí está o ponto crucial deste post, o que não te dizem de verdade sobre ser lift. O trabalho é bem diversificado, mas no geral se resume a colocar e tirar neve (o tempo inteiro), apertar botões para parar as cadeiras, quebrar gelo das rampas (maluco, isso cansa), montar linhas com as famosas e pesadas 'hoops' (quem já foi lift sabe o que é), as vezes segurar cadeiras, checar tickets, ajudar cadeirantes, oferecer informação sobre o resort, chamar ajuda se tiver problemas, etc etc. Alguns locais demandam funções diferentes, como no Ridgleys Fun Park e no Plunge, carregar bóias e colocar, retirar e virar as 'mets' (acredite, isso é muito puxado), alguns lugares só podem trabalhar homens, apesar de eu ter trabalhado, é o caso do 'Highlands', pois lá não tem banheiro próximo. Outra coisa importante de se dizer, o horário de trabalho, eu não tinha horário de almoço, aproveitava o momento que tivesse menos cheio para comer algo, e era muito comum nos fins de semana trabalhar 12 horas na sexta, 15 no sábado e 14 no domingo, por exemplo, mas aí eu costumava ganhar 3 day offs seguidos. O que eu quis dizer com isso? Só demonstrando que o horário não é certo que nem no Brasil, você pode chegar pra trabalhar e ter que ficar mais tempo, você pode ser chamado pra trabalhar mais cedo, você pode trocar seu horário de trabalho com um colega, o negócio é conversar SEMPRE, e pode acontecer também de você trabalhar menos que 40 horas semanais. Onde vai trabalhar também não é fixo, no último mês, eu acabei trabalhando sempre nos mesmos lugares, mas até então eu trabalhava em qualquer lugar, cada semana tinha um novo 'schedule'. A maioria dos intercambistas serão lifts. Acontece também problemas de trabalho, como um colega não querer trabalhar e ficar mais coisas para você e os outros colegas fazerem, mas aí tem que ter o jogo de cintura, simpatia e irreverência pra fazer a coisa funcionar, se nem assim der jeito, sempre tem o 'manager' lá para apresentar a reclamação. Os 'managers' em geral são pessoas agradáveis e divertidas, são praticamente os 'bosses' as pessoas a que irá reportar problemas, queixas, pedir extras, etc etc. tente se enturmar com eles. Tem mais uns pequenos detalhes sobre ser lift que eu não mencionei, é muita coisa pra falar, mas o essencial está aí... Ah sim! Existe uma prova no meio da temporada que EU não considero justa, mas informarei assim mesmo, eles entregarão um material durante o treinamento para que leia, e após + ou - 1 mês de trabalho, será aplicada uma prova para aumentar 50 cents no salário por hora, não se engane, não é todo mundo que ganha, eu não ganhei.

Second Job: Todo mundo pode ir lá no RH pegar um formulário e aplicar para um second job, para os lifts é mais complicado porque possuem horários incertos e porque é mais fácil de pedir por hora extra (ressaltando que nem sempre consegue). Eu não cheguei a preencher este formulário, mas a Mariana envia e-mails informando que precisam de funcionários para trabalhar como dish washer por exemplo, é a hora de responder para ganhar um extra, mas tem que prestar atenção no e-mail, ela costuma mandar no dia anterior. Foi assim que fui parar nos campos de golfe para catar galhos, mas foi divertido porque eu brinquei muito de andar de carrinho. Não é impossível, tem que correr atrás, perguntar aqui e ali e se aplicar para o second.

Diversão: Já falei que o resort é isolado? Não? Pois então, é isso mesmo, sem carro, só é capaz de sair dele com as shuttles pro Wall Mart (compras) ou pra Charllotesville (mais compras), tem dias e horários determinados, geralmente nunca suficiente, e tem que pagar por isso. Tirando isso, tem como ir ao spa, jogar tênis, esquiar ou praticar snow, jogar joquinhos, andar de tobogã na neve, fazer tirolesa, pegar uma piscina interna, sauna, academia ou fazer social no restaurante, o The Edge. Funcionários têm desconto em comida e em algumas lojas de roupas (não acho que compensa), e não paga pra alugar material de esqui e de snow... o que é ótimo, aproveite!

Festas: Outro problema grande que tivemos. Quase que 99% das festas são nos Commons, e o que acontece? Se falar que tem festa no seu apartamento, surgem pessoas do nada, quando você vê tem gente pacas num local pequeno. As paredes são de madeira e como tal não abafam o som, dá pra ouvir de longe e lá reside uma senhora americana que toma conta dos apartamentos, resultado: Vem polícia para acabar com a festa porque a senhora precisa dormir! Não posso dizer nas outras, mas nesta temporada, tivemos pessoas suspensas de trabalho porque tiveram festa em seu apartamento, tivemos proibições como: permitir americanos dentro dos apartamentos, a desculpa foi que se houvesse furto, seria mais dificil saber quem era o culpado, e tivemos também demissões... mas por outros motivos. Foi uma temporada tensa, no final houve até abaixo-assinado contra as regras consideradas absurdas e gente indo embora mais cedo. As festas aconteceram, tenho muitas fotos para mostrar, mas acho válido comentar também o que houve de negativo.

Mais um detalhe que ia esquecendo... os apartamentos são fiscalizados, 1 vez por mês, outra reclamação freqüente que tínhamos de lá. Uma senhora ia verificar todos os apartamentos, entrava em todos os cômodos e fazia anotações em sua planilha depois, e se o seu apartamento fosse considerado inadequado, recebia um e-mail informativo da Mariana sobre o assunto. Convenhamos, isso me irritava profundamente... mas estava determinado lá naqueles contratos que assinamos no ônibus no primeiro dia. Como contestar? (Viu a importância de pedir para ler todos os documentos antes?)


Enfim, acabou a temporada, fiz amigos, fizemos festas, no geral, curtimos muito, bateu a saudade e ficou a pergunta, voltar ou não? Isso é algo que estou a pensar ainda...

Agora chega né, post gigante! Nem aguento mais escrever... qualquer dúvida, deixa no comment que eu respondo!

Fui-me!