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"Aos 5 anos eu sonhava em crescer, em me tornar este ser livre que é o ser adulto,

Com 7, no entanto, percebi que o mundo não é o conto de fadas que imaginamos,

Aos 12 aprendi a ser um pouco mais independente, com isso, vieram medos mais reais, não aqueles de bixo papão embaixo da cama ou de loiras que aparecem no espelho do banheiro à meia noite, mas o medo dos fantasmas que se escondem no armário de cada um.

Aos 15 provei de tudo um pouco, a liberdade sem limites foi a maior de todas as experiências, inconsequencias, falta de preocupações, quem diria que a vida podia ser assim tão bela aos 15... mesmo sem aqueles bailes de princesas.

Aos 18, no entanto, todas as respostas vieram em negativas, NÃO era a palavra que eu mais ouvia e sentia... 'NÃO pode ser criança para sempre', 'NÃO foi admitida', 'NÃO pode ficar sem fazer nada', 'NÃO, não pode ser ouvida'...

Aos 20 encontrei um pouco de sossego, um pouco de respeito, um pouco de amor, um pouco... tudo em pouca dose para me lembrar que eu deveria lutar muito para conseguir o restante desse pouco que me deram.

Agora, aos 22 eu penso, reflito, cogito, pois meu único poder no mundo é este. Enquanto eu for este ser que apenas pensa e ainda não age, devo escrever odes a tempos antigos, poesias dos tempos novos, e prosas de sonhos futuros para quando eu me tornar, finalmente, o ser mais rígido e severo que é o ser 'adulto' eu possa ler estas palavras guardadas e chorar,... por um dia ter vivido os melhores anos de minha vida."